Encontros: A música nos filmes de John Carney

John Carney é um diretor cinematográfico, roteirista e músico irlandês conhecido por realizar produções independentes de baixo orçamento. Seus filmes mais notórios são “Mesmo se nada der certo” (Begin Again, 2013), “Apenas Uma Vez” (Once, 2007) e “Sing Street” (2016). Neste post você vai descobrir como o cineasta utiliza a música como elemento fundamental nessas histórias proporcionando encontros.


ATENÇÃO, CONTEÚDO COM SPOILERS!


Mesmo se nada der certo (Begin Again, 2013)

Imagem: AdoroCinema

No filme, uma compositora e cantora inglesa vai a Nova Iorque acompanhada de seu namorado cantor que está começando a ficar famoso. Lá, após terminar seu relacionamento, um amigo a convida para cantar em um bar onde um produtor musical em decadência se encanta por seu talento singular ao ouvir a canção “A Step You Can’t Take Back”. O encontro entre os personagens se dá, portanto, por meio da música.

Imagem: AdoroCinema

Mas não somente isso, a música no filme também desempenha o papel de revelar certas coisas... Como, por exemplo, quando a cantora descobre que seu namorado a traiu através da canção “A Higher Place”. 

O filme, que conta com Keira Knightley, Mark Ruffalo, Adam Levine e James Corden no elenco, possui também, como destaque, as canções “Lost Stars” (indicada ao Óscar de Melhor Canção Original em 2015)  e “Tell Me If You Wanna Go Home”. 


Apenas Uma Vez (Once, 2007)

Imagem: MF

Em Dublin, um músico toca suas canções pelas ruas. Certo dia, uma vendedora ambulante imigrante e pianista o vê e se encanta pelo trabalho dele. Os dois se aproximam, criam um vínculo sentimental e passam a compor canções juntos. Mais uma vez, a música promove o encontro.

Imagem: AdoroCinema

Mas não para por aí! A música nesse filme também revela coisas que contribuem para a história, como quando o músico expressa sua fracassada história de amor na canção “Broken Hearted Hoover Fixer Sucker Guy”.

O filme, que possui praticamente todas as canções compostas pelos intérpretes e atores Glen Hansard e Markéta Irglová, foi vencedor do Óscar de Melhor Canção Original em 2008 por “Falling Slowly”, além de ter sido indicado ao Grammy no mesmo ano. Outras canções que também fazem parte são: “If You Want Me”, “When Your Mind’s Made Up” e “Once”.


Sing Street (2016)

Imagem: AdoroCinema

Diferente dos outros filmes citados, neste a música proporciona encontros de modo indireto entre os personagens: Nos anos 80, na Irlanda, um garoto que vivencia conflitos familiares, se apaixona por uma moça mais velha que sonha em ser modelo. Ele a convida para participar de um videoclipe de sua banda. A única questão é que ele não tem uma banda. E, a partir disso, regado a referências musicais da época, passa a formar uma com outros garotos de sua idade.

O filme estreou no Festival de Cinema de Sundance em 2016 e conta em seu elenco com os atores Ferdia Walsh-Peelo (Vikings), Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody) e Jack Reynor (Transformers:Era da Extinção). Entre suas canções estão: “The Riddle of The Model”, “Up” e “To Find You”. Confira a trilha sonora completa do filme aqui.


Além da música como elemento “atuante” na linguagem dos filmes de John Carney, são recorrentes temáticas interessantes como relações familiares, relacionamentos interrompidos e personagens “fracassados”, além de não ter preocupação em tornar os personagens famosos ou populares para fazer com que eles superem as situações e, diferente dos musicais hollywoodianos convencionais em que os personagens interagem com a música de modo coreografado, o diretor a insere de modo realista em seus filmes.

Como visto nos exemplos citados, a música pode proporcionar encontros, revelar coisas ou situações e desempenhar muitas outras funções em uma narrativa audiovisual. John Carney é um cineasta que sabe usufruir muito bem disso.


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